Visita virtual: mais uma estratégia para levar um pouco de amor por aí

Como todos vocês sabem, com essa pandemia do Corona Vírus, nossas visitas foram temporariamente suspensas, afinal, nosso objetivo é levar amor, carinho e atenção a nossos assistidos e não deixá-los doentes.

Com essas suspensões, nossos corações estão cheios de amor para distribuir por aí e, cá entre nós, alternativas é o que não falta. Nada como usar um pouco de criatividade, amor e nossa grande amiga, a tecnologia para levar amor aos quatro cantos do mundo.

Quer uma prova? Então acompanhe agora uma entrevista feita com a Dra. Mogli sobre o projeto que ela desenvolveu para visitar e brincar, isso mesmo, brincar com seus assistidos usando um aplicativo de celular.


Como surgiu a ideia para o projeto, Dra. Mogli?

Na verdade, a ideia já havia sido discutida entre um grupo da ONG mas, até então, eu não sabia como desenvolver e colocar a ideia em prática. Conversando com algumas amigas médicas e enfermeiras eu percebi que existia uma necessidade de algumas pessoas nos hospitais terem algum tipo de atendimento que trouxesse um pouco de tranquilidade para elas.

Diferente dos segmentos de asilo e orfanatos, nos hospitais não conseguimos fazer os vídeos com mensagens que as outras equipes fazem, pois há uma grande rotatividade de pacientes, então decido fazer visita virtual.

Quando foi o primeiro contato?

Entrei em contato com minhas amigas médicas e enfermeiras e reforcei o meu contato dizendo que se elas conhecessem alguém, independentemente se é criança, adulto ou idoso, que tivesse interesse em receber uma visita virtual da Dra. Mogli, de algum outro palhaço ou de um grupo de palhaços, eu estaria disponível.

Entretanto, apesar do interesse nenhuma delas conseguiu fazer a chamada e a justificativa foi a mesma: “a gente não consegue ficar com o celular durante o atendimento e, com esse surto de Corona Vírus a gente não pode ficar andando com nada, porque o celular também pode disseminar o vírus. Mas, se alguém quiser o seu contato podemos passar o seu telefone?” É claro que eu aceitei.

Enquanto eu aguardava esse contato, a Dra. Cupcake, que faz parte de um grupo chamado “Mães da Diversidade” – um grupo de mãe que passam por um atendimento psicológico e psiquiátrico, que se uniram para falar sobre transformação de gênero ou sobre a sexualidade de crianças, adolescentes e adultos – me indicou uma mãe que ficou interessada.

A Paula, mãe da Amora, que hoje é minha amiga, disse que a Amora gostaria de receber esse atendimento. Eu entrei em contato com a Paula através de uma mensagem, me apresentando e explicando o projeto. Ela adorou a ideia e me falou um pouco sobre a Amora.

Como começou o atendimento com a Amora?

Eu entro em contato com a mãe da Amora, cerca de um ou dois dias antes da visita virtual. O horário marcado sempre é um que ela esteja em alguma atividade diária para que eu possa participar daquela atividade.

Geralmente, é um horário que a Amora está brincando com suas bonecas, porque assim eu entro nesse universo dela. É como se eu estivesse no quarto brincando de boneca com ela. Às vezes, ela lê um livro pra mim.

Então o seu objetivo é entrar no mundo da pessoa?

Sim, o objetivo é fazer parte do ambiente da pessoa, nada além disso.

O que você tem achado dessas visitas virtuais?

Tem sido incrível. A Amora é uma criança linda, muito comunicativa e simpática. Ela põe intensidade e força em suas palavras. Ela é muito especial mesmo.

Eu tenho me dedicado mais a Amora, mas se alguém me procurar eu faço a visita sim. Inclusive já liguei para outras duas crianças que também veio por meio da Dra. Cupcake, mas eram crianças mais novas e não tinham paciência de ficar com o celular na mão, olhando na tela.

Diferente da Amora que tem oito anos e eu consigo interagir. A gente brinca. É como se eu fosse amiga dela mesmo.


Gente, depois desse depoimento, eu juro que queria ser a Amora. Essas visitas devem ser incríveis.

Abraços da Dra. Abraço!